segunda-feira, 21 de maio de 2012

Unicidade Corpo e Alma!


Uma das coisas essenciais que aprendi, após começar a praticar Dança do Ventre, é como tudo realmente está interligado nessa vida. Quer dizer, não que, intuitivamente e através de algumas leituras, eu já não soubesse disso. Mas quando você "mergulha de cabeça" na Dança e permite que ela transforme seu Ser, passa a vivenciar essa grande unicidade, principalmente a conexão existente entre Corpo e Alma.

De nada adianta um corpo lindo e bem cuidado se descuidamos da Alma, isso não é um clichê de gente feia,é uma verdade inquestionável! Fica como um frasco maravilhoso com um perfume ruim dentro! Cuidar APENAS do exterior nos torna vazias. E faz nos sentirmos vazias.
Ao praticar a Dança, percebemos que muito da Beleza (aquela com "B" maiúsculo, resultado do trabalho conjunto entre Interior e Exterior) vem da nossa autoestima, de nos sentirmos belas e amadas.... Amadas não somente no sentido restrito de ter um relacionamento afetivo com outra pessoa... Amadas e acolhidas pelo Universo, filhas perfeitas de Deus que recebemos esse corpo como casa provisória! Um corpo para habitar e do qual devemos cuidar sim, com muito carinho e do melhor modo possível com os recursos que temos, mas que não deve virar fonte de neuras e de chiliques quando temos algo que consideramos defeito, como uma gordurinha a mais, ou uma ruga, ou um (ou vários) fio de cabelo branco. Tá gordinha e não gosta (se não liga, os outros não são um bom motivo para mudar, nunca são....)? Faça exercício, faça regime, sim! O cabelo branco irrita? Vai tingir, sim, por que não? Mas não nos critiquemos e não nos massacremos nunca, como diz Louise Hay, uma inspiradora escritora! Não fiquemos neuróticas com o que o espelho nos mostra, não nos torturemos, como tantas mulheres fazem por não terem determinada forma de corpo, determinado tipo de cabelo, determinado sapato e tantas outras "nóias"!!!!

Cuidar da aparência ajuda muito a aumentar a autoestima, gostar da nossa figura é delicioso!!! Sair arrumada de casa é tudo de bom, claro que é! Nas apresentações e aulas de Dança então, nem se fala, como é gostoso passar aquela maquiagem caprichada, arrumar o cabelo, vestir aquela roupa especial.... Adoro, sim, ir à cabeleireira, à massagista, à esteticista, quando minha condição financeira me permite, é um presente que me dou, um chamego para mim mesma!
Porém, a aparência nunca deve se tornar algo que nos escraviza, que nos faz mal, tudo que é demais sobra e se torna lixo! E lixo mental, nesse caso! Vira a busca por padrões rígidos que queremos atingir desesperadamente para nos sentirmos aceitas! Só que, mesmo que nos encaixássemos nesses padrões (ditados por sei-lá-quem, aliás...) e fôssemos um bando de clones das mulheres consideradas bonitas, se não cuidarmos com o mesmo afeto de nossa Alma, do que pensamos e do que transmitimos ao Universo, seremos pedras lindas e sem valor, seremos falsos diamantes, e seremos infelizes do mesmo jeito... E não falo apenas de inteligência, de conhecimento (que também nos tornam mais atraentes, sem dúvida! Admiro as pessoas que buscam saber cada vez mais sobre os assuntos que lhes agradam, é um grande prazer ler sobre o que gostamos!), mas de procurarmos conhecer nossa Essência, quem somos de verdade e lapidar nossos pensamentos.  Refiro-me a nos tocarmos, de uma vez por todas, que não precisamos ser cópias dos outros, ou nos forçar a ser o que não faz parte de nossas Almas, para sermos felizes e conquistarmos a felicidade, que é nosso direito inato, aliás!!!! A não sermos dominadas pela Mente e pela "tagarelagem" que ela nos impõe muitas vezes, aprendermos a melhorar a qualidade de nossas ideias, de nossas palavras, de nossos comentários, sobre os outro e sobre nós mesmas.... A fofocar menos, criticar menos.... Difícil, né?? Também acho!!! Emagrecer a mente dos pensamentos negativos.... Tão difícil quanto emagrecer os quilos a mais do corpo.... E tão necessário quanto! Maus pensamentos geram um corpo doente e, aí sim, Feiúra!

Por isso admiro tanto o trabalho feito por Ju Marconato em seu Núcleo! A Ju é muito mais do que uma bailarina, é uma resgatadora de mulheres!! Ela bate na tecla de que somos lindas quantas vezes forem necessárias para que comecemos a acreditar, quantas vezes forem necessárias para nos tirar da escuridão dos padrões estéticos! Ela nos auxilia a procurar e encontrar a nossa beleza própria, a admirar as qualidades que nos tornam uma mulher única! Graças a ela, retomei minhas leituras sobre o assunto e, o mais importante, meu Eu está pronto para realmente aceitar as ideias do poder da atração! Não adianta lermos todos os melhores livros de autoajuda do mundo (e os preconceituosos podem torcer o nariz o quanto quiserem, eu leio autoajuda, livros espíritas, livros católicos e o que for bom para meu crescimento e admito sem problemas, dessa neura já me livrei!) se não estivermos prontas para absorver o que eles nos transmitem, é uma semente em solo infértil, como disse Cristo... No mundo atual, as pessoas estão carentes de afeto, de carinho, de uma palavra amiga.... estamos cansadas de críticas e cobranças! Vivemos numa época com tantos recursos, e nos falta praticar o mais importante: o Amor incondicional, o Amor puro e simples, o respeito pelas pessoas e por nós mesmas, acima de tudo.... Por isso á Ju é essencial! Ela nos lembra esses valores!

Pretendo tratar muito mais desse assunto, pois entendi que nada na Vida flui se não procuramos nos entender melhor (nem a Dança! É impressionante como nosso corpo "trava" quando não estamos bem!). Não como uma especialista, pois não teria essa pretensão já que estou bem crua nesse processo de autoaceitação e autoconhecimento ainda e sou mega crítica, tenho bastante caminho a percorrer.... apenas compreendi que ele deve ser feito, o que já é um grande passo! E por falar em especialista, deixo pra vocês um presente, um trecho para mentalização constante, retirado do livro "Você pode curar sua vida", da já citada e maravilhosa Louise Hay (que ele me inspire também nessa semana, pois terei duas apresentações importantes... uma interna, no Núcleo mesmo, e outra grande, no festival do Dia das Mães....)
Que possamos dissipar, um pouquinho que seja a cada dia, o que trazemos de Treva em nós, substituindo-a por Luz! E que essas palavras encontrem terreno fértil em nossos corações!

"Na infinidade da vida onde estou, tudo é perfeito, pleno e completo.
Vivo em harmonia e equilíbrio com todos que conheço.
Bem no centro do meu ser existe uma fonte infinita de amor. Ele enche meu coração, meu corpo, minha mente, minha consciência, todo meu ser e irradia-se de mim em todas as direções, voltando a mim multiplicado.
Quanto mais amor uso e dou, mais tenho para dar.
O suprimento é infinito.
Sinto-me bem com o amor e essa sensação é uma expressão de minha alegria interior.
Eu me amo. Portanto, cuido carinhosamente do meu corpo.
Amorosamente eu o alimento com comidas e bebidas nutritivas.
Amorosamente exercito e arrumo meu corpo e ele, com carinho, me responde com saúde e energias vibrantes.
Eu me amo. Portanto, dou-me um lar confortável, que atende minhas necessidades e onde sinto prazer de morar.
Encho seus cômodos com a vibração do amor, e assim, todos os que nele entram, eu inclusive, sentem esse amor e por ele são nutridos.
Eu me amo. Portanto, ajo e penso de forma carinhosa com todos, pois sei que o que dou volta a mim multiplicado.
Atraio somente pessoas carinhosas para o meu mundo, pois elas são um reflexo de mim.
EU ME AMO. PORTANTO, PERDÔO E LIBERTO TOTALMENTE O PASSADO E TODAS AS EXPERIÊNCIAS PASSADAS. EU ESTOU LIVRE.
Eu me amo. Portanto, vivo plenamento o presente, vivenciando cada momento como bom e sabendo que meu futuro é brilhante, alegre e seguro, pois sou um filho amado do Universo e o Universo, com todo o amor, cuida de mim agora e para sempre. Tudo está bem em meu mundo."

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Nos dias difíceis....


Não nos iludamos. Infelizmente, mesmo praticando a Dança do Ventre e conhecendo, através dela, muitas mulheres e homens especiais, ainda temos que conviver com todos os tipos de pessoas em nosso cotidiano, e há pessoas sem caráter no mundo, é fato. Não temos como evitar situações de estresse, mesmo quando agimos certo. No mundo, ainda há gente invejosa, gente arrogante, gente desonesta, gente mentirosa, gente que "vende a alma ao diabo" por motivos que, na minha opinião, não valem nem um pouco a pena. Mas tem, sim, quem acredite que os fins justificam os meios. A prática da Dança não afasta totalmente esse tipo de indivíduos do nosso convívio diário. E vão continuar a ocorrer aqueles momentos em que nos sentimos tristes, perdidas, desmotivadas, abandonadas. Aqueles momentos em que tomamos um porre pra esquecer e  que acabamos fumando para nos acalmar, mesmo sabendo que não adianta patavina. Horas em que achamos que as coisas não vão dar certo, mesmo sabendo, lá no fundo, que todo túnel tem sua luz no fim.
Todavia, a Dança fornece, pelo menos no meu caso, ferramentas para lidar melhor com as situações desagradáveis que enfrentamos em nossa jornada. De verdade mesmo, tem dias que se não fosse pela minha aula de DV, eu teria ido para a rodoviária, visto o horário do próximo ônibus para o lugar mais longe que tivesse, e sumido do mapa. Começado do zero. Só que "abacaxis" existem em todos os locais do planeta onde existem seres "humanos" (nem sempre essas palavras casam perfeitamente, já aprendi. Há quem seja apenas "Ser", sem nenhuma humanidade genuína, nenhuma gentileza, nenhuma caridade ou respeito pelo próximo).
A Dança nos lembra quem somos, o que valemos e que não devemos desistir nunca de sermos felizes, pois nascemos com esse propósito! Dançando, mexemos com forças dentro de nós que nem sabíamos possuir, despertamos uma leoa, uma guerreira!!!!! Dançar é libertador, é uma atividade que remonta à nossa Alma e a reconforta, dá aquela sensação de "colo de mãe"! Não é à toa que Santo Agostinho louva a Dança. Dançar é uma oração, uma prece!

A Dança do Ventre, diferentemente de muitos setores da esfera social, não exclui, ela AGREGA! Vejo mulheres de todos os tipos físicos e das mais variadas idades praticando a DV, e isso é lindo, é mágico!!!! Não é algo que vemos sempre, nesse planeta cheio de "divisões", de "hierarquias". O mundo precisaria ser mais parecido com uma aula de Dança.... Mulheres que nunca se viram antes logo estão, do nada, confraternizando, conversando sobre os movimentos e as dificuldades de cada uma em executar um passo ou outro, trocando dicas, empolgando-se com a roupa nova que farão.... Trocando elogios, admirando-se, COLABORANDO uma com as outras..... Ah, se o mundo fosse mais como um palco de Dança do Ventre, com o qual egos inflados não combinam (e pior que é sério, já percebi que gente egocêntrica acaba se afastando disso, não aguenta a "vibração" de Paz que emana no ambiente!!! Deve ser porque não sobra espaço para exercer a onipotência que está acostumada a exalar, essa pessoa não pode ser o "centro das atenções" como tanto lhe apraz normamelmente.... A Dança do Ventre prega autoestima, não arrogância! Então, a pessoa simplesmente não se sente à vontade, ela é um quadrado tentando se encaixar num círculo.

É, eu louvo meeeesmo a Dança.... Ela realmente liberta o ser humano do peso das coisas e torna os fardos mais leves.... Ela ensina que há outras formas de viver sem essa competitividade exacerbada que o dia-a-dia quer exigir de nós!!!!! Eu louvo a Dança!!!!!!!
Como P.S., um conselhinho final básico: NUNCA faltem da aula de DV, por PIOR ou mais cansativo que o dia tenha sido!  Uma aula de dança muda verdadeiramente toda a história de um dia, falo por experiência própria!!! ;-)

sábado, 7 de abril de 2012

Despertando a Deusa interior!


Acho que posso dizer, sem sombra de dúvidas, que um dos motivos de eu ter iniciado a prática de dança do ventre foi desespero puro!!!! Após um 2010 cujo saldo final era os setores sentimental e profissional em destroços, uma mudança de volta para Araraquara (sentindo-me "com o rabo entre as pernas") e um sentimento de desorientação total, restava apenas uma saída para a Ana Luiza: juntar os caquinhos, físicos e emocionais, e RECOMEÇAR! Mas aí vem a pergunta que nunca se cala nessas situações: recomeçar por onde?? Foi quando veio um clamor interior de resgatar um sonho antigo e esquecido no quartinho dos fundos da minha mente: fazer Dança do Ventre!! Logicamente, vieram alguns contras.... "Dança do Ventre? Nãããão, pra que? Vai fazer Dança de Salão, Dança do Ventre só vai ter mulher!"..... "Dança do Ventre??? Tá pensando em dançar pra algum Saidi, é???? Tá querendo aprender Dança dos Sete Véus?". Mas acho que, a essa altura do campeonato, eu já me sentia tão no fundo do poço e de saco estourado que não ouvia mais ninguém. Fora que eu tinha plena noção de que precisava urgentemente fazer algum tipo de exercício físico para produzir serotonina, pois havia sido diagnosticado, há um bom tempo, que não produzia essa substância suficientemente, o que acelera os passos em direção a uma depressão (e tudo o que eu não precisava era ficar mais deprimida do que já estava!):

"A serotonina desempenha um importante papel no sistema nervoso, com diversas funções, como a liberação de alguns hormônios, a regulação do sono, da temperatura corporal, do apetite, do humor, da atividade motora e das funções cognitivas. A serotonina pode melhorar o humor, causando uma sensação de bem-estar e sua falta tem sido relacionada a doenças graves, como mal de Parkinson, distonia neuromuscular e tremores. Pode causar também depressão, ansiedade, comportamento compulsivo, agressividade, problemas afetivos e aumento do desejo de ingerir doces e carboidratos."
(Fonte: site da CyberDiet - Programa de Apoio ao Emagrecimento
http://cyberdiet.terra.com.br/serotonina-e-sua-relacao-com-o-consumo-de-doces-7-1-6-625.html)

É, às vezes a revolta e o fundo do poço podem ser seus melhores conselheiros, se bem utilizados. Decidida, perguntei a respeito para algumas pessoas e uma amiga queridíssima que já praticava, a Marcela, indicou-me: "Ana, em Araraquara tem uma das melhores professoras do País, a Ju Marconato!". Fui dar uma olhada no site do Núcleo e aí o estrago foi feito de vez rsrs!, a velha chama reacendeu com força total ao ver as fotos daquela "deusa intocável" (era o que a gracinha da Ju me parecia na época... tb, dá uma olhadinha na foto!!!!!). Eu TINHA que ter aulas com aquela mulher de olhar penetrante!!!!!!
Mandei um e-mail para me informar e recebi os horários de turmas para iniciantes e o local do Núcleo. Lógico, já veio o primeiro empecilho: apesar de ser ridiculamente perto de uma das principais avenidas de Araraquara, eu não fazia ideia de como chegar lá ou explicar como chegar a um táxi, e não dirigia na época nem tinha carro... Entretanto, o grito de liberdade soava tão forte dentro de mim, a necessidade de chegar àquele lugar por algum motivo que não sabia explicar (hoje sei bem....) era tão intensa, que fui ao Google Maps, entendi mais ou menos como ir, marquei aula e chamei um táxi mesmo. Demos umas três voltas até achar, pois tive a "bênção" de pegar um motorista mais perdido do que eu, imagina!! rsrsrs!!!! - Hoje entendo claramente que era o Universo conspirando contra mim, pois Ele sempre responde de acordo com o que emitimos e, naquele tempo, eu só emanava negatividade. Mas, graças a Deus, o desejo de quebrar o padrão mental no qual me encontrava foi maior, e cheguei ao Núcleo!!

É claro que meu consciente estragado pensou "o que que você está fazendo aqui, pra que isso?" quando comecei minha primeira aula, um tanto quanto desajeitada e sem graça. Impressionante a capacidade que a mente tem, quando estamos mergulhadas na depressão, de procurar "se defender" e boicotar qualquer tentativa de quebrar o ciclo contínuo de baixa autoestima!!!!!! Apesar desse "mal-estar" (que não era mal-estar coisa nenhuma, na verdade eram meu corpo e minha Alma estranhando o bem-estar e a profunda Paz que sentiam pela primeira vez em muito tempo....), fui teimosa e continuei a frequentar as aulas! Eu queria reagir, meu verdadeiro EU exigia de mim essa reação!!! Mas como era difícil quando a professora Camila pedia que eu sorrisse, que eu me sentisse bonita.... A sensação que aquelas frases me provocavam eram a de estar num episódio de Além da Imaginação!!!!!!
Contudo, com o passar do tempo, a Camila disse algo que eu nunca vou esquecer: "Por volta de uns três a seis meses que estiverem fazendo aulas, vocês vão começar a querer abandonar, vão achar que não estão progredindo! É a mudança ocorrendo dentro de vocês, resistam, passem essa fase!". Foi exatamente o que ocorreu! Fazia uns quatro meses que eu frequentava o Núcleo (P.S.: nesse ponto, já ia para lá - aos trancos e barrancos, devo admitir! kkkk!- com um carro gentilmente cedido pela minha família para trabalhar e fazer minhas atividades. Após pouco mais de 30 anos sem realmente dirigir e uma carteira de motorista renovada recentemente, mas nunca utilizada desde os 18 anos, estava guiando..... não apenas um veículo, mas MINHA VIDA!), quando comecei a me sentir incomodada e estranha..... Era a mudança interna, era o desenvolvimento, era um amor próprio que eu nem sequer era capaz de reconhecer surgindo. Não tem como explicar exatamente, só quem viveu o processo para saber o que é!!!!

Foi bem nesse período que o BOOM dessa transformação ocorreu. Eu comecei a ter aulas com Ju Marconato em pessoaaaaa!!! E que bobeira, no começo eu tive medo de falar com ela, achava que não era digna! Quem conhece o amorzinho de pessoa que ela é sabe bem o absurdoooo que é sentir receio de falar com a Ju, uma das pessoas mais calorosas e receptivas que poderia existir no planetaaaa, mas eu realmente me senti acanhada! Afinal, era a Musa das fotos ao vivo e a cores e me dando aula!!!!!!! Hoje, ela já tem intimidade suficiente comigo pra morder meu dedo indicador..... kkkkk!
Nunca imaginaria isso quando comecei a fazer Dança do Ventre, mas ao final de  cada aula, tanto a Camila quanto a Ju (e depois vim a descobrir que todas as professoras do Núcleo realizam essa prática) colocavam uma música relaxante ou um CD de mensagens sobre autoestima, exaltando a mulher e a feminilidade, chamando-nos a despertar a "Deusa" que existe em cada uma de nós. No começo, os conselhos das duas ("quando vierem para as aulas, usem bijuterias e adereços que não usariam no dia-a-dia, como uma flor grande no cabelo ou brincos e pulseiras maiores.... Passem maquiagem meeesmo, lápis em volta dos olhos e sombras marcantes, venham bem femininas! Exercitem esse lado que, muitas vezes, o cotidiano e o trabalho não permitem!") e aquelas mensagens de enaltecimento de mim mesma apenas faziam eu me sentir bem, mas ainda não tinham tocado, de fato, meu EU. Porém, timidamente, as ideias por elas transmitidas começaram a ser assimiladas e colocadas em prática.... Ao visitar meus pais, "resgatei" um monte de bijus e lenços antigos que jamais usaria para sair ou trabalhar, mas que se encaixavam perfeitamente numa aula de Dança do Ventre! Também resgatei, inclusive no dia-a-dia, o uso do lápis preto de olho como parte da minha maquiagem básica..... E, aos poucos comecei a me olhar diferente enquanto dançava.... A sentir um baita orgulho de mim mesma quando conseguia executar um passo, mesmo que meio "capengamente" a príncipio..... E, o mais importante, quando menos percebi, estava resgatando a Ana, fazendo as pazes com ela como nunca antes..... A Deusa estava sendo despertada, talvez pela primeira vez, talvez após tanto tempo que eu era incapaz de lembrar quando ela tinha dado as caras pela última vez!!




sábado, 31 de março de 2012

"Escrever ou não escrever, eis a questão"......



Outra questão que vinha atrapalhando beeeem meu sono era se devia mesmo ou não escrever a respeito da virada que a Dança do Ventre proporcionou em minha vida. No Núcleo da maravilhosaaaaa, divina, Mestra, Deusaaaa (sim, ela é tudo isso e muito mais!!!!) Ju Marconato, onde tenho a honra de fazer aulas, ouço inúmeras mulheres relatando como a dança as transforma e as torna melhores. Aí pensava: "putz, pra que EU vou me meter a falar sobre isso quando ocorre pra tantas pessoas??" A vontade de escrever sobre o assunto já estava martelando minha cabecinha há algum tempo e sempre tive um "quê" de escritora em minhas veias, isso gritava, era latente dentro de mim. Mas a antiga Ana Luiza ainda insistia em dar as caras (como admito que insiste até hoje, em certos momentos de fraqueza) e me perguntar: "Quem vcê pensa que é? Quem vai querer ler sobre o que aconteceu ou acontece com VOCÊ? Tá pensando que é a Sasha, é???".

Até que uma noite, no final de uma aula, Ju Marconato (tinha que ser ela, quem mais me traria a luz naquele momento? - sem desmerecer meus pais, familiares, amigos e pessoas importantes da minha vida!!!!!) colocou um poema de Nelson Mandela, gravado na voz dela, para ouvirmos:
"Nosso maior medo não é sermos inadequados. Nosso maior medo é não saber que nós somos poderosos, além do que podemos imaginar.
É a nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos assusta. Nós nos perguntamos: 'Quem sou eu para ser brilhante, lindo, talentoso, fabuloso?'.
Na verdade, quem é você para não ser? Você é um filho de Deus.
Você, pensando pequeno, não ajuda o mundo. Não há nenhuma bondade em você se diminuir, recuar para que os outros não se sintam inseguros ao seu redor.
Todos nós fomos feitos para brilhar, como as crianças brilham. Nós nascemos para manifestar a glória de Deus dentro de nós. Isso não ocorre somente em alguns de nós; mas em todos.
Enquanto permitimos que nossa luz brilhe, nós, inconscientemente, damos permissão a outros para fazerem o mesmo.
Quando nós nos libertamos do nosso próprio medo, nossa presença automaticamente libertará outros."

Pois é né, as pessoas com idade mais próxima à minha devem se lembrar de um comercial em que uma aspirina gigante cai pra acalmar a "dor de cabeça" da Mariana Hein.... Foi bem por aí que aconteceu! Só que no meu caso, foi na minha cabeça, e não na do grupo de pagode, que ela caiu!!!! (Com o passar do tempo e mais postagens, vocês devem notar que eu costumo me lembrar de umas coisas um tanto quanto estranhas, normal tá? rs!)

http://www.youtube.com/watch?v=di-kUk49yrE

(Pra quem não se lembra e ficou curioso e pra quem quiser relembrar!! hahaha!)


Assim, se hoje a velha Aninha vem de novo encher as paciências com a mesma pergunta se eu tô me achando a Sasha, eu respondo na lata: "Tô mesmo, e daí??? Hunft!"

sexta-feira, 30 de março de 2012


Eu tenho o grave defeito das ideias "fervilharem" em meu cérebro na madrugada (chamo de defeito porque sei que isso não é bom nem para o meu trabalho, nem para a minha dança, minha cabeça resolve querer ficar hiperativa às 3hs da madruga tem vezes, e pra me concentrar pra aprender um movimento como o "camelo invertido na meia ponta e andando" no dia seguinte, por exemplo, não fica muito fácil.....). Mas tudo tem seu lado positivo, já tive váááárias epifanias nesses serões da mente, e durante a semana tenho conseguido domar meu sono rebelde e dormido em horas mais razoáveis, ao menos pro meu antigo padrão normal....
Graças a Deus, o que vem perturbando um tikin meu sono, nas três últimas noites, são questões todas ligadas à dança, como uma apresentaçãozinha que tenho de preparar de uma música que adoro, por isso não quero nem pensar em fazer feio! Nada mal pra quem varava noites e noites preocupada com atos de outras pessoas... Não que eu tenha conseguido me alienar totalmente dos comentários e opiniões alheios, infelizmente ainda não cheguei a tamanho grau de iluminação, mas comparada a antes, agora sou praticamente uma mistura de Osho com Dalai Lama! rsrsrs!
E vou chegar à parte em que a Dança entrou em minha vida.... Mas não agora, pois uma cabeça "lotada de ideias" não é sinônimo de uma cabeça "com ideias organizadas", muito pelo contrário!

Início, o melhor lugar para se começar....


Este é, sim, mais um blog sobre Dança do Ventre. Mas não é simplesmente isso. É um blog sobre o poder que essa dança tem de curar uma alma feminina que estava em desacordo com sua natureza, que não percebia e talvez ainda não perceba a sua beleza. Um blog sobre a visão distorcida que muitas pessoas tem sobre essa Arte e uma pequena tentativa de mostrar que Dança do Ventre não é sinônimo de Dança dos Sete Véus! E, como um blog é sempre algo pessoal, é também um blog sobre minhas experiências, percepções e minha evolução desde que me embrenhei nesse caminho maravilhoso de autodescoberta e autoaceitação.
Devo começar dizendo algo que muuuuitas mulheres que iniciaram a prática da DV também testemunham: eu não me aceitava como sou, desde criança. Aliás, se na época em que eu frequentava a escola já existisse o termo "bullying", eu teria feito a festa nesse quesito, pois eu sofria de bullying explícito, era atazanada pelos meus "amigos" (como pré-adolescentes conseguem empregar, com maestria, essa palavra de forma totalmente errônea!!!!) de modo constante. Não era considerada a mais bonita, nem a mais inteligente, mesmo com notas excelentes e tendo sido sempre uma criança e uma mocinha linda, hoje sei disso. Mas a imagem que eu via no espelho era totalmente baseada nas opiniões alheias da época. E o veredicto era beeeem cruel: "você não é bonita", ponto final.
E as minhocas na cabeça continuaram se reproduzindo na adolescência, na juventude e na fase adulta... Até me sentia bonita quando amigas diziam que eu era ou rapazes se interessavam por mim (sempre "os outros".... nunca o foco em mim mesma....), mas aí.... eu me comparava com as outras mulheres....  e eita coisa besta e inútil que é se comparar com os outros!!!! Eu ficava frustrada justamente pelo fato que torna a nós todos únicos: eu não me parecia com elas! (Alguém de mente sadia teria me dito: "Juraaaa??? Dããã, que coisa não! ACORDA!" Só que ninguém dizia isso, pelo contrário, davam conselhos sobre como tentar ser o que eu não era, mudar o meu cabelo, o meu modo de vestir e blá blá blá... E eu ouvia e seguia né..... Aff....)
Enfim, o que devia ser motivo de orgulho, de agradecimento ao Universo por minhas particularidades, virava motivo de depressões e crises de autoestima constantes. Eu não enxergava, eu não ME enxergava. E não tinha Cristo (ou psicólogo - sem desmerecer a profissão, pelamordedeus!! Minhas psicólogas me ajudaram muito!!!! - , ou amigo, ou parente) que realmente colocasse o meu valor na minha cabeça - a não ser quando o diminuíam, dizendo algo ruim a meu respeito, aí eu acreditava....

Ai, lembrar dessa fase medieval realmente me cansou.... Pensar em como eu permitia que "outros" determinassem meu estado de humor.... Ainda bem o verbo é no passado rs! Engraçado como quando a mente já está em outra sintonia, relembrar o período em que estávamos cegos é desgastante!
Por ora, vou compartilhar um vídeo da maravilhosa bailarina, Kahina, e depois escrevo mais... sobre coisas bem mais agradáveis, pq lugar de nuvem negra é na Transilvânia!!!!!!

http://www.youtube.com/watch?v=HFmJ-lEdFyU&feature=related&noredirect=1